Ilíada, Canto 1 – Claudete Pereira Jorge – Teatro Guaíra, mini auditório, Curitiba/PR

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O Canto I da Iliada, com Claudete Pereira Jorge, esteve em cartaz no Mini Auditório do Teatro Guaíra, em Curitiba, dos dias 29 de setembro a 9 de outubro de 2011.

A montagem contou com a iluminação de Beto Bruel (imagem acima) e figurino de Ricardo Garanhani. A operação da luz durante a temporada foi realizada por Danielle Regis. O projeto gráfico dos materiais impressos, cartaz, banner e folders foi desenvolvido por Marcelo De Angelis e a fotografia e documentação é de Gilson Camargo.

A apresentação foi patrocinada pelo Ministério da Cultura, via Lei Rouanet, com incentivo da Copel e Sanepar e apoio da Secretaria de Estado de Cultura do Paraná, através do Conta Cultura, Teatro Guaíra e da Rádio e Televisão Educativa do Paraná. A realização é da NBP Produções e da Cia. Iliadahomero de Teatro.

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Sinopse do Canto I da Iliada de Homero:

Após invocar a Musa, Homero narra a expulsão de Crises, sacerdote de Apolo, por Agamemnom, rei dos gregos. O sacerdote oferece ouro em resgate de sua filha Criseida, prisioneira de guerra e escrava predileta de Agamenon. O rei não aceita a oferta e ameaça o sacerdote de morte. Crises foge, humilhado, e roga vingança ao deus Apolo que inflige uma terrível peste aos gregos. A situação se agrava até que Aquiles, inspirado pela deusa Juno, protetora dos gregos, convoca os aliados para uma assembléia e propõe que se consulte um adivinho. Calcas Testórides, o adivinho, por temer a reação de Agamenon, pede proteção a Aquiles antes de falar. Aquiles, em tom arrogante, garante proteção ao adivinho. Calcas Testórides revela a origem da ira de Apolo e vaticina que o Deus se aplacará somente quando Criseida for restituída ao pai acompanhada de uma hecatombe. Agamenom se vê obrigado a libertar Criseida, mas, para ressarcir-se da perda, ameaça Aquiles de tomar-lhe à força sua escrava predileta, Briseida. Aquiles, ofendido, avança sobre Agamenon para matá-lo, porém, desiste do intento por interferência de Minerva e o agride apenas verbalmente, jurando retirar-se doravante da guerra. Nestor Nelides, ancião respeitado entre os gregos e exímio orador, intervém. O velho pede moderação à ambos. Aquiles se retira da assembléia, e desesperado, procura sua mãe, a deusa Tétis, a quem pede vingança. A mãe, compadecida, promete intervir em seu favor junto à Júpiter assim que ele retorne ao Olimpo. Agamenon manda arautos buscarem Briseida. Aquiles, em obediência à Minerva, concede que a levem. Neste ínterim, por ordem de Agamenon, Ulisses comanda a expedição para devolver Criseida ao pai. Os sacrifícios são realizados, o sacerdote retira a maldição e Ulisses retorna ao acampamento dos gregos. Passados 12 dias, Tétis assedia Júpiter no Olimpo e pede vingança contra Agamenon pela injúria ao filho. Júpiter, por dever favores à Tétis, concede ao pedido, mas teme represálias dos deuses que o acusam de favorecer aos troianos. Juno, enciumada e percebendo a artimanha de Tétis, inquire Júpiter sobre a visita inesperada. Júpiter reprime a esposa por lhe fazer perguntas indiscretas e ameaça dar-lhe uma surra. Juno retira-se chorosa com os demais deuses e é consolada por seu filho Vulcano, que faz chiste de si mesmo, e mancando, lembra à mãe do castigo que recebeu por ter ousado contrariar seu pai. Anoitece, cai o sono sobre os deuses e todos vão dormir como se nada estivesse acontecendo.

Uma apresentação extra foi realizada no dia 11/10/11 para gravação em vídeo. A documentação, destinada à produção de um programa televisivo, foi produzida pela equipe da TV Educativa do Paraná, com direção de Cyro Ridal.

Acima, o discurso de Nestor em vídeo. Abaixo, o texto na versão de Manoel Odorico Mendes e no original grego.

Numes eternos, oh! que luto à Grécia!
Oh, que júbilo a Príamo e a seus filhos!
Folgue Ílio à nova de que assim litigam
Os de mor pulso e tino. Obedecei-me,
Sou velho, ó moços. Tido em boa conta
Com melhores que vós me dava outrora.
Varões vi nunca, nem verei, qual Drias
Das gentes regedor, Ceneu e Exádio,
Um Pirítoo, um divo Polifemo,
Teseu Egides a imortais parelho.
Outros como estes não nutria a terra:
Feros pugnaram trucidando a feros
Montícolas Centauros. Lá de Pilos,
Da Ápia eu vinha rogado; conversava-os,
Quanto era em mim nas lutas me exercia.
Ninguém dos vivos de hoje os contrastara;
Atendiam contudo os meus conselhos:
Atendê-los vos praza. Ao mais estrênuo
Tu não tomes dos nossos a só paga;
Nem de ao rei contravir, Pelides, cures;
Dos eleitos que Júpiter estima,
Cetrígero nenhum se lhe equipara:
Mãe deusa te gerou, valor te sobra;
Tem ele mais poder, que impera em muitos.
Eu to suplico, Atrida, a fúria amaina,
Sê brando para quem nesta árdua empresa
É baluarte e escudo aos Gregos todos.”

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ὦ πόποι ἦ μέγα πένθος Ἀχαιί̈δα γαῖαν ἱκάνει
ἦ κεν γηθήσαι Πρίαμος Πριάμοιό τε παῖδες
ἄλλοι τε Τρῶες μέγα κεν κεχαροίατο θυμῷ
εἰ σφῶϊν τάδε πάντα πυθοίατο μαρναμένοιϊν,
οἳ περὶ μὲν βουλὴν Δαναῶν, περὶ δ’ ἐστὲ μάχεσθαι.
ἀλλὰ πίθεσθ’: ἄμφω δὲ νεωτέρω ἐστὸν ἐμεῖο:
ἤδη γάρ ποτ’ ἐγὼ καὶ ἀρείοσιν ἠέ περ ὑμῖν
ἀνδράσιν ὡμίλησα, καὶ οὔ ποτέ μ’ οἵ γ’ ἀθέριζον.
οὐ γάρ πω τοίους ἴδον ἀνέρας οὐδὲ ἴδωμαι,
οἷον Πειρίθοόν τε Δρύαντά τε ποιμένα λαῶν
Καινέα τ’ Ἐξάδιόν τε καὶ ἀντίθεον Πολύφημον
Θησέα τ’ Αἰγεί̈δην, ἐπιείκελον ἀθανάτοισιν:
κάρτιστοι δὴ κεῖνοι ἐπιχθονίων τράφεν ἀνδρῶν:
κάρτιστοι μὲν ἔσαν καὶ καρτίστοις ἐμάχοντο
φηρσὶν ὀρεσκῴοισι καὶ ἐκπάγλως ἀπόλεσσαν.
καὶ μὲν τοῖσιν ἐγὼ μεθομίλεον ἐκ Πύλου ἐλθὼν
τηλόθεν ἐξ ἀπίης γαίης: καλέσαντο γὰρ αὐτοί:
καὶ μαχόμην κατ’ ἔμ’ αὐτὸν ἐγώ: κείνοισι δ’ ἂν οὔ τις
τῶν οἳ νῦν βροτοί εἰσιν ἐπιχθόνιοι μαχέοιτο:
καὶ μέν μευ βουλέων ξύνιεν πείθοντό τε μύθῳ:
ἀλλὰ πίθεσθε καὶ ὔμμες, ἐπεὶ πείθεσθαι ἄμεινον:
μήτε σὺ τόνδ’ ἀγαθός περ ἐὼν ἀποαίρεο κούρην,
ἀλλ’ ἔα ὥς οἱ πρῶτα δόσαν γέρας υἷες Ἀχαιῶν:
μήτε σὺ Πηλείδη ἔθελ’ ἐριζέμεναι βασιλῆϊ
ἀντιβίην, ἐπεὶ οὔ ποθ’ ὁμοίης ἔμμορε τιμῆς
σκηπτοῦχος βασιλεύς, ᾧ τε Ζεὺς κῦδος ἔδωκεν.
εἰ δὲ σὺ καρτερός ἐσσι θεὰ δέ σε γείνατο μήτηρ,
ἀλλ’ ὅ γε φέρτερός ἐστιν ἐπεὶ πλεόνεσσιν ἀνάσσει.
Ἀτρεί̈δη σὺ δὲ παῦε τεὸν μένος: αὐτὰρ ἔγωγε
λίσσομ’ Ἀχιλλῆϊ μεθέμεν χόλον, ὃς μέγα πᾶσιν
ἕρκος Ἀχαιοῖσιν πέλεται πολέμοιο κακοῖο.

Octavio Camargo e Claudete Pereira Jorge durante ensaio no mini auditório do Teatro Guaíra.

O espetáculo vem percorrendo diversas cidades brasileiras desde 2005, e foi apresentado na Biblioteca Pública do Paraná, na Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo e na Fundação Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro. Na Europa, a performance foi apresentada nas cidades de Berlim, Skopje, Amsterdam e Atenas. Em 2006, participou da I Bienal de Arte Contemporânea de Thessaloniki, na Grécia.

Registro integral em vídeo da apresentação do dia 02 de outubro de 2011.

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